Anais do XXXV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo
PRODUÇÃO DE SILICO-FITÓLITOS PELO PENNISETUM PURPUREUM E AVALIAÇÃO DO POSSÍVEL SEQUESTRO DE ARSÊNIO NESSES BIOMINERAIS
ANARELLY COSTA ALVARENGA(1); ANE PATRICIA CACIQUE(2); AGDA LOUREIRO GONÇALVES OLIVEIRA(2); MARCOS ANTÔNIO NERIS COUTINHO(2); IGO FERNANDO LEPSCH(2); REGYNALDO ARRUDA SAMPAIO(2); 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO-UFES; 2 - UFMG;
O silício é um dos elementos químicos mais abundantes nos solos tropicais e, embora não seja um elemento essencial, a sua absorção resulta em efeitos benéficos para algumas espécies de plantas, como: aumento da eficiência fotossintética, melhoria da arquitetura da planta, aumento da resistência a doenças e pragas, e diminuição da toxidez causada por excesso de Al, Fe e Mn (Carvalho et al., 2009).Trabalhos científicos demostram que os silico-fitólitos podem desempenhar importante função na preservação do planeta. Pois, durante o processo de polimerização da sílica pode ocorrer a oclusão de elevadas concentrações de elementos traços e carbono, na estrutura desses biominerais. O processo descrito anteriormente, seria uma forma de sequestro definitivo desses contaminantes. Convém destacar que a família Gramineae apresenta grande capacidade de acumular sílica, formando quantidades substanciais de fitólitos em suas cascas, talos e folhas. Diante da importância agrícola e ambiental dos silico-fitólitos, o presente trabalho, teve como objetivo avaliar a produção dessas estruturas de silício pelo Pennisetum purpureum Shum, cultivado em dois diferentes substratos, solo e lodo de esgoto. Assim como avaliar o sequestro de Arsênio na estrutura desses biominerais. O experimento foi conduzido em casa de vegetação na fazenda experimental Professor Hamilton de Abreu Navarro, no Instituto de Ciências Agrárias ICA/UFMG, no período de novembro de 2013 a agosto de 2014. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados, 5 repeitições, com 7 tratamentos. Os quais corresponderam a 5 períodos do cultivo de P. purpureum Shum do grupo Merker em volumes de lodo de esgoto (30; 60; 90; 120 e 150 dias a partir do plantio das estacas) e 1 tratamentos testemunha (plantio da gramínea em solo). As concentrações de As detectadas nos dois substratos foram muito semelhantes: 0,37 mg kg -1 no solo e 0,41 mg Kg-1 no lodo de esgoto. Apesar da grande diferença física e química dos dois substratos, solo e lodo de esgoto, utilizados para o cultivo de P. purpureum, aos 150 dias, não houve diferença estatística na percentagem de fitólitos, nos diferentes órgãos avaliados.Neste período, a concentração média de corpos silicosos, em relação à massa seca da planta, foi de 1,81 e 1,79%, para cultivo em solo e lodo, respectivamente. A absorção de Si é consequentemente produção de silico-fitólitos é um processo continuo durante o ciclo de vida do vegetal. O elemento químico As não foi detectado, em limites quantificáveis, na composição dos corpos silicosos.