Anais do XXXV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo
ANÁLISE FITOLÍTICA EM SOLOS MODERNOS COMO FERRAMENTA PARA ESTUDOS DE RECONSTRUÇÃO PALEOAMBIENTAL
MARCIA REGINA CALEGARI(1); PAULA LOIUSE DE LIMA FELIPE ELWAD(2); FERNANDA APARECIDA CECCHET(3); 1 - UNIVESIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ -CAMPUS MARECHAL CÂNDIDO RONDON - UNIOESTE/MCR; 2 - UNIVESIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ -CAMPUS FRANCISCO BELTRÃO - UNIOESTE/FB; 3 - UNIVESIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ -CAMPUS FRANCISCO BELTRÃO- UNIOESTE/FB;
O solo em suas múltiplas funções atua também como registro de mudanças ambientais. As questões relacionadas a história do solo tem merecido destaque na ciência do solo pois aporta dados que norteiam o entendimento da gênese dos solos e evolução das paisagens, sobretudo nas regiões Neotropicais onde muitas vezes os processos pedo e morfogenéticos são rápidos ou mais efetivos a ponto de apagar ou mascarar os sinais que permitam a interpretação da evolução pedogenética do solo. O objetivo deste trabalho foi definir a assinatura fitolítica da vegetação no Planalto das Araucárias e identificar evidencia de mudança de vegetação ao longo do Quaternário tardio por meio de estudo em solos localizados noroeste de Santa Catarina, em área de Floresta Ombrófila Mista. A assembleia fitolítica ao longo de todo o perfil é marcada pela alta frequência de morfotipos de Poaceae sem significado taxonômico, seguido por fitólitos das subfamílias Pooid (C3), Panicooid (C4) e de Eudicotiledoneae. Em menor frequência foram identificados fitólitos de Arecaceae. De acordo com os registros fitolítico e isotópico constatou-se que a MOS acumulada neste perfil derivou de vegetação composta por misturas de plantas C3 e C4, com maior predomínio de C4 durante o Holoceno médio, passando para maior contribuição de plantas C3 no Holoceno tardio, corroborando já descrita na literatura para esta região.