Anais do XXXV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo
BIOFORTIFICAÇÃO AGRONÔMICA DO FEIJÃO COM ZN
LEONARDUS VERGÜTZ(1); THAÍS LOPES LEAL CAMBRAIA(2); RENILDES LÚCIO FERREIRA FONTES(2); 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA; 2 - UFV;
A fome oculta é um problema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente em países menos desenvolvidos. Essa doença está ligada ao baixo consumo de Fe, Zn e vitamina A, principalmente. Umas das causas desse problema é a baixa qualidade nutricional dos alimentos ingeridos. Uma alternativa para solucionar esse grave problema é a biofortificação agronômica de alimentos, em especial aqueles consumidos pela população mais carente. O feijão é um alimento básico muito consumido por populações carentes do continente Africano e América do Sul. Assim, o objetivo desse estudo foi aumentar o teor de Zn no grão de feijão pelo manejo da adubação com Zn. Foi montado um experimento em casa de vegetação com 18 tratamentos dispostos em blocos casualizados com quatro repetições. Os tratamentos formaram um fatorial 3 x 6: três doses de Zn aplicadas no solo e seis doses foliares de Zn, para um mesmo material genético de feijão e aplicação foliar sem parcelamento. As doses de Zn aplicadas no solo proporcionaram aumento na produtividade, enquanto as doses foliares não tiveram esse efeito. Isso porque a aplicação foliar foi realizada no momento de início de enchimento dos grãos, onde o potencial produtivo da cultura já havia sido estabelecido. A aplicação conjunta de doses de Zn no solo e foliar permitiram atingir o máximo potencial de enriquecimento dos grãos de feijão da cultivar estudada, que foi de 67,5 mg kg-1 de Zn. Isso representou um aumento de 238 % no teor de Zn no grão de feijão em comparação com a não aplicação de Zn no solo. É interessante notar que a baixa disponibilidade de Zn no solo limita o potencial de enriquecimento dos grãos com Zn, mesmo esse sendo aplicado via foliar.