O biochar é um material rico em carbono e estudado com diferentes fins agronômicos e/ou ambientais. No entanto, sua estrutura é afetada principalmente pela biomassa de origem e condições de pirólise. O objetivo do trabalho foi caracterizar morfologicamente biochars produzidos de diferentes biomassas e temperaturas de pirólise utilizando microscopia eletrônica de varredura. Selecionou-se a serragem (SR); palha de arroz (PA), palha de cana-de-açúcar (PC) e esterco de galinha (EG), submetidas a pirólise a 350ºC, 450ºC e 550ºC. No biochar de PC, observa-se a preservação de vasos, estômatos e quitina de hifas fúngicas em superfície. No entanto, a 550°C há uma perda dessas estruturas e da rugosidade das partículas, bem como a formação de perfurações e rachaduras. Não houve grandes mudanças morfológicas no biochar de PA, provavelmente devido à sua grande concentração de sílica. No entanto, a maior temperatura parece causar coalescência de poros, aumentando a estrutura macroporosa. No biochar de SR observa-se macro e microporos em todas as temperaturas. Porém, as vesículas nos macroporos, indicam o derretimento da superfície na maior temperatura de pirólise. O biochar de EG apresenta uma estrutura complexa em temperaturas menores e perda por volatilização a 550°C. A estrutura do biochar varia com a biomassa original e temperatura de pirólise. Elementos de vaso, poros e rachaduras são importantes para a adsorção de líquidos-sólidos e constituem refúgios para a biota do solo. No entanto, altas temperaturas promovem deformações plásticas e destruição completa por volatilizacão, principalmente de biochars produzidos a partir de biomassa com alto teor de cinzas.