Anais do XXXV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo
MINERALOGIA E QUÍMICA DE SOLOS CONSTRUÍDOS NA ÁREA DE MINERAÇÃO DE CARVÃO DE CANDIOTA-RS
JÉFERSON DIEGO LEIDEMER(1); DIONI GLEI BONINI BITENCOURT(2); LUIZ FERNANDO SPINELLI PINTO(2); ELOY ANTONIO PAULETTO(2); PABLO MIGUEL(2); EMÍLIO MATTOS RODRIGUES(2); 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - FAEM; 2 - UFPEL;
A mineração de carvão mineral em Candiota/RS, a maior jazida do país, é importante para o abastecimento elétrico do Estado do Rio Grande do Sul. Sua mineração e o processo de recomposição topográfica e ambiental origina solos antropogênicos, denominados de construídos, compostos por uma espessa camada de fragmentos de rochas sedimentares e saprolitos (estéril) recoberta por uma camada de solo superficial (terra vegetal - "topsoil") de 30/60cm, eventualmente com uma camada de argila (horizontes B e C do solo natural). Em áreas mineradas de diferentes idades, com e sem terra vegetal e camada de argila foram abertas trincheiras até 2m de profundidade e coletadas amostras deformadas em quatro profundidades. As amostras de estéril foram homogeneizadas, quarteadas, trituradas e moídas, e passadas em peneira de 2mm, as de terra vegetal e argila preparadas normalmente. As amostras foram determinadas quimicamente quanto ao pH, complexo trocável e carbono orgânico e mineralogicamente por difratometria de raios X na fração total forma de pó. Os materiais do estéril do solo construído da malha II, mais antiga (28 anos) e sem cobertura de terra vegetal, apresentaram pH mais baixo e menor teor e saturação por bases do que os solos construídos mais jovens (4 a 18 anos), cobertos por camada de terra vegetal ("topsoil") e/ou argila. Os pHs com valores entre 2,2 e 4,5 das camadas de estéril e a presença de gippsita, anidrita e jarosita (sulfatos) demonstram o desenvolvimento do processo de sulfurização ativa no subsolo de todos os perfis de solos estudados.