Anais do XXXV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo
RESPOSTAS MORFOLÓGICAS DA ESPÉCIE CRAMBE ABYSSINICA CULTIVADA EM SOLO CONTAMINADO COM ARSÊNIO
SILMARA COSTA SILVA(1); FABIANA DOMINGOS BARROS(2); LUCAS RODRIGUES CALDEIRA(2); LUIZ EDUARDO DIAS(2); IGOR RODRIGUES DE ASSIS(2); 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA; 2 - UFV;
A Crambe abyssinica é uma planta da região do Mediterrâneo que representa importante suprimento para a indústria de cosméticos e lubrificantes. Tem sido considerada com potencial para fitorremediação de solos contaminados por arsênio (As), elemento extremamente tóxico e de ocorrência natural em muitos solos e rochas. Porém, todos os trabalhos realizados com Crambe e As até hoje foram em solução nutritiva. O objetivo deste trabalho foi avaliar as variáveis de crescimento desta espécie quando cultivada em solo contaminado com As e adubado com diferentes doses de fósforo (P). Amostras de Latossolo Vermelho-Amarelo arenoso foram inicialmente incubadas com cinco doses de arsênio (0, 50, 100, 150 e 200 mg dm-3). Após 45 dias, foi aplicado P nas mesmas doses. Em seguida, o Crambe foi cultivado por 30 dias e então foram medidos o diâmetro do caule e altura da planta. Plantas cultivadas com 200 mg dm-3 de As e de P apresentaram altura e diâmetro de caule maiores do que aquelas que foram cultivadas com 200 mg dm-3 de As e 50 mg dm-3 de P. Por outro lado, as doses crescentes de As, mesmo com presença do P, contribuíram para reduzir significativamente as variáveis de crescimento. A adubação fosfatada mostrou-se eficaz, reduzindo o efeito da toxicidade de As sobre as variáveis de crescimento. Após os 30 dias de exposição nenhuma planta apresentou sintoma de toxidez em função da presença de As, o que demonstra, portanto, o potencial fitorremediador dessa espécie.