Anais do XXXV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo
EMISSÕES DE ÓXIDO NITROSO EM RESPOSTA AO USO DE VINHAÇA EM LAVOURA DE CANA-DE-AÇÚCAR NO CERRADO
DOUGLAS LINO VIEIRA(1); JÉSSICA FONSECA DA SILVA(2); ARMINDA MOREIRA DE CARVALHO(3); THOMAZ REIN(3); THAÍS RODRIGUES COSER(3); DAVID COOMES(2); 1 - UNB - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA; 2 - UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE; 3 - EMBRAPA-CERRADOS;
A adubação com nitrogênio mineral e fertilizante orgânicos, como a vinhaça - um dos coprodutos do bioetanol - é uma prática comum em canaviais no Brasil. A adição de vinhaça pode levar a um aumento das emissões de gases do efeito estufa. O óxido nitroso (N2O) é um gás do efeito estufa ainda mais nocivo do que o dióxido de carbono (CO2), e tem maior tempo de residência na atmosfera. Levantamos a hipótese de que as emissões de N2O seria maior em um canavial, especialmente em tratamentos em que receberam a adubação combinada de nitrogênio mineral(N) e vinhaça (V), do que em remanescentes de vegetação nativa (Cerradão e cerrado s.s.). Esperamos ainda que os solos irrigados teriam os maiores fluxos de N2O. Os resultados preliminares mostraram que um aumento das emissões ocorreu nos tratamentos que receberam N e V combinados, mostrando fluxos até três vezes maiores que os fluxos de outros tratamentos, e cerca de 1000 vezes maiores do que os fluxos da vegetação nativa (2549±1136, 611±116,156±20,6±2 para V+N, N, V e áreas de Cerrado, respectivamente). O presente estudo é pioneiro no Cerrado e os dados são importantes para avaliar as variações regionais de fluxos de N2O no Brasil. Esperamos reduzir a incerteza das estimativas nacionais e encontrar soluções mais sustentáveis para a produção de bioetanol de primeira geração no país.