Anais do XXXV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo
MICROMORFOLOGIA DE PALEOSSOLOS DA FORMAÇÃO MARÍLIA E SEU SIGNIFICADO NA EVOLUÇÃO PALEOAMBIENTAL DA BACIA BAURU, CRETÁCEO SUPERIOR
MÁRCIO LUIZ DA SILVA(1); ALESSANDRO BATEZELLI(2); FRANCISCO SÉRGIO BERNARDES LADEIRA(2); 1 - IFSULDEMINAS/UNICAMP; 2 - UNICAMP;
Dedução de paleoambientes e paleoclimas associados, definição de cronossequência de paleossolos e reconstituição paleogeográfica tem se tornado possível através da aplicação da micromorfologia na paleopedologia. A micromorfologia também tem sido útil no reconhecimento de processos intempéricos e na definição de sucessões de minerais formados. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi identificar a evolução dos processos pedogenéticos e discutir seu significado na evolução paleoclimática da Formação Marília, Maastrichtiano da Bacia Bauru. Foram descritos três seções da Formação Marília (A1, A2 e A3), compreendendo nove perfis. A análise micromorfológica foi feita de acordo com Bullock et al. (1985) e Stoops et al. (2010). Na Formação Marília, os paleossolos desenvolvimentos sobre arenitos apresentam horizontes argílicos (“Btk”, “Bt”) e carbonáticos (Bk) com distintos graus de cimentação, constituindo-se calcretes em sua maioria. A evolução dos processos pedogênicos, à luz da análise micromorfológica, evidenciou três momentos para a respectiva gênese de paleossolos com horizontes Bkm, “Btk” e “Bt”. No Maastrichtiano da Bacia Bauru, os paleossolos com Bkm são mais antigos e de ambientes mais áridos, e os com “Bt” foram formados em condições climáticas mais úmidas, mas não o suficiente para proporcionar a gênese de tramas enáulicas, típicas de latossolos atuais.